A comunicação de massa se encontra dentro de um processo dicotômico que divide o papel da propaganda tradicional como recurso mercadológico, amparado para convencer consumidores e controlar suas atitudes de consumo, na direção contrária às estratégias do marketing moderno, que traz outras questões mais emergentes, com caráter de responsabilidade social e ética nas relações humanas.
Percebe-se com isso, que as atividades orientadas por sistemas de informação não são as mesmas que orientam a construção de anúncios sintetizados por recursos avançados de computação gráfica, entre outros mecanismos multimídia de propaganda.
Como a moda agora é empenhar o conceito de interatividade a qualquer plataforma de comunicação dirigida, o objetivo deste estudo científico é analisar as teorias sobre complexidade e mestiçagem, que abrigam novas formas de discursos comunicacionais, crescendo periféricos ao centralismo da comunicação mercadológica, valorizando questões culturais e trazendo a tona novas abordagens éticas específicas, chamadas publicidades de relacionamento.
Para uma abordagem cultural da publicidade, partindo da experiência cotidiana dos sujeitos que são interpelados por ela, cabe discutir ainda, a forma de seus textos não em termos de um anúncio isolado e de suas representações, mas, de uma seqüência de anúncios veiculados por variados suportes que permeiam a vida social e cultural dos indivíduos.
Nesse sentido, apresenta-se parte da pesquisa exploratória, que tem por objetivo detalhado, a construção de uma abordagem conceitual da publicidade moderna, a partir das análises de propagandas que circularam na mídia atual e que estão voltadas para os modos de desenvolvimento cultural da América Latina.
Em termos teóricos, o aporte referencial dos paradigmas dos estudos culturais viabiliza a abordagem da publicidade, como um processo extenso, envolvendo um conjunto de práticas (de produção e de recepção) dentro de um sistema maior. Essa análise justifica-se pelo fato de que os estudos culturais são uma perspectiva reconhecida pela sua adequação à reflexão sobre a comunicação, a partir dos objetos que compões essa mesma cultura (ESCOSTEGUY, 2002; SOUSA, 1998, 1999).
Desde que a publicidade brasileira começou a ser analisada em sua relação com as teorias das linguagens, tornou-se visível a preocupação excessiva com os conceitos da estética, na elaboração da retórica persuasiva predominantemente representada por imagens. Desde que Roland Barthes (1990), em 1964, usou pela primeira vez um anúncio impresso como objeto de estudo, se apoiando na semiótica como uma ciência reconhecida, já se passaram 45 anos e a publicidade pouco se desenvolveu na sua estrutura de discurso. A intensidade com que os publicitários ainda recorrem ao uso da imagem cresceu, principalmente quando o interesse do sistema econômico se utiliza desse discurso para assegurar as idéias que fortalecem as instituições detentoras do poder.
Com a introdução do modelo editorial revista no rol de negócios da indústria publicitária brasileira, em meados de 1900, implicou num modo particular de se fazer propaganda, emergindo novos conceitos aplicados ao discurso publicitário.
Com isso, o universo criativo do mundo publicitário transferiu toda sua imaginação e sonhos para o povo brasileiro, e as revistas, que tinham como finalidade exclusiva a veiculação de anúncios, ganharam uma nova postura política nas sociedades em desenvolvimento econômico, informar a sociedade sobre os fatos marcantes da internacionalização econômica.
Com a evolução dos conceitos de marketing povoando as estratégias de gestão empresarial em todos os segmentos do país, criou-se uma lacuna que separa o mundo cultural das práticas profissionais, aumentando o abismo de convivência e separando ainda mais essas duas atmosferas.
O marketing internacional, ao mesmo tempo em que ajudou a promover economicamente muitas empresas, empobreceu culturalmente o discurso publicitário, que era muito rico e complexo em toda sua forma de se manifestar e interagir com a sociedade.
A estandardização do processo criativo na propaganda brasileira produzido pela internacionalização das técnicas adotadas nas escolas de comunicação e nas agências de propaganda, automaticamente trouxeram para sua tutela o sucesso das vendas de produtos que aconteceram em uma época não muito distante da atual, mas que revelava um cenário favorável à venda e menos competitivo entre empresas. Porém, as exigências sobre a eficácia da propaganda nos resultados de venda de produtos/serviços não deixaram de crescer e hoje, cobra-se mais resultados em um período diferente ao anterior, com maior competitividade e com crescente volume de produtos que disputam pelo mesmo segmento.
As propagandas dirigidas ao público feminino propõem para as mulheres, que ao se valer da compra desses produtos/serviços que são anunciados em revistas, além de receberem um apoio psicológico, elas poderiam exercer um estilo próprio, sedutor, decorrentes de atitudes autênticas, diferentes das suas verdadeiras personalidades cotidianas.
Em tempos de (quase) total liberdade na aparência, em que há opções para todas as vontades de consumo e em que todos os estilos são possíveis, vale ressaltar que a propaganda, ainda se apropria de métodos antigos, como a propaganda de guerra, onde a criação de anúncios ainda se estabelece por meio de estereótipos embasados na imagem já desgastada de mulheres especiais, inatingíveis, que se tornaram ícones de imagem para estilistas, artistas e claro, para outras mulheres, como pode ser demonstrado através dos anúncios que seguem. Afinal, as modelos de passarelas, além de admiráveis, também servem de exemplo para o que representam: a busca de uma imagem pessoal diferente, única e pseudo-poderosa.
Ótimo trabalho dupla!
ResponderExcluirEstarei à disposição para esclarecer as dúvidas!
Monitor- Johnathan Alves